7.9.13

Texto - Quem treme no consulado de Portugal no Rio de Janeiro ?

De certeza que não é o cônsul-geral, que sei ser pessoa honesta.
 
Não tremem, tampouco, os funcionários que foram alvo de processo disciplinar, que sofreram penalizações pelas faltas que cometeram ou não; não tendo conhecimento de causa, não me pronunciarei sobre esses factos. Se foram culpados, tremeram, pagaram ou estão a pagar e por isso já não tremem.
 
Posto isto, sei que outros funcionários, que, curiosamente, não foram sequer investigados, estão a tremer, sabendo, temendo  ou receando que, apesar dos apoios que pensam ter, o processo disciplinar esta para chegar em breve!
 
Quando cheguei ao consulado de Portugal no Rio de Janeiro, em plena crise de fraude descarada, fui logo avisado de que me devia afastar de certas pessoas indiciadas “para não sofrer a perda da sua amizade”. Claro que isto não me foi dito nestes termos civilizados; foi-me dito no calão brasileirês que tanto agrada aos ouvidos europeus. “Você não fala com aquela pessoa, não”…
 
Mas porque sou um homem livre (ainda), não julguei ninguém e até experimentei uma tentativa de conciliação entre grupos que se odiavam; resultado: não tive sucesso nos meus intentos mas creio ter conseguido granjear a simpatia e o respeito da maioria.
 
Voltando ao que interessa, foi feita uma inspecção “diplomática e consular” em que, obviamente, nem fui ouvido nem achado, mas que durante semanas não só prejudicou o serviço consular como instaurou um péssimo clima de relacionamento não somente entre as duas facções, como também atingiu psicologicamente os funcionarios recém-chegados…
 
Não pretendo dar conselhos a ninguém mas, quando se chega a um posto, onde existe guerra subterrânea, o melhor é não tomar partido enquanto não se souberem, de maneira definitiva as decisões da Justiça.
 
Foi o que fiz, embora me tenha rapidamente apercebido onde se situava a “origem do mal”.
 
Como cidadão Português, pagando elevadíssimos impostos, nunca poderei admitir furtos ou vigarices; ora eu afirmo que no Rio, roubos, fraudes, desvios, irregularidades…continuam!
 
Por isso repito: um dia, eu como outros colegas, teremos de ser ressarcidos dos dinheiros que nos foram descontados e que nunca chegaram às instituições de segurança social dos países destinatários.
 
Quem treme no consulado de Portugal no Rio de Janeiro? Eu não porque de la sai a tempo e boa hora…
 
Mas, curiosamente foi-me instaurado há pouco um processo disciplinar! Não acredito que possa estar relacionado com a minha inócua e efémera passagem por aquele posto… Ou será?
 
Bordeaux, 7 de Setembro de 2013.
 
JoanMira

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