1.2.14

Alerta nuclear na Grã-Bretanha

Central nuclear de Sellafield situa-se no norte de Inglaterra
O mais antigo complexo nuclear europeu, situado no noroeste de Inglaterra, teve de ser evacuado esta manhã depois de terem sido registados "altos níveis de radioatividade".
Apesar do alerta, a central nuclear de Sellafield - onde já chegou a ser produzido plutónio para bombas nucleares - continua a funcionar "normalmente", com alguns funcionários essenciais à produção a permanecerem nos postos de trabalho, segundo uma nota da empresa, citada pela Reuters.
Os "altos níveis de radioatividade" foram detetados num dos monitores do local, mas não representam qualquer perigo para a população local, assegura também a empresa, secundada pelas autoridades regionais.
O local, utilizado para armazenamento de resíduos nucleares e reprocessamento de resíduos de óleo, mantém-se a "operar normalmente" enquanto decorre uma investigação para detetar as causas do aumento dos níveis de radioatividade.
Sellafield, que emprega 10 mil pessoas, foi a primeira central de energia nuclear em todo o mundo a fornecer eletricidade ao público, mas parou a produção em 2003. Em março de 2013 foi temporariamente fechada por "precaução", devido ao mau tempo.
Em 1957, foi palco do pior acidente nuclear no Reino Unido, quando um reator de plutónio ardeu durante cinco dias consecutivos, libertando radiotividade para a atmosfera.

Inglaterra vai construir megacentral nuclear

Recorde-se que no final do ano passado a Inglaterra anunciou o regresso ao nuclear com a construção de uma nova central, em regime de parceria público privada com os franceses da EDF e um grupo chinês da área da energia.
O investimento ascende a 19,4 mil milhões de euros e será suportado pelas empresas. Em contrapartida, o Estado inglês garantiu a compra da eletricidade que vier a ser produzida na nova central nuclear por um período de 35 anos, a 110 euros por megawatt hora.
Para além de a opção pelo nuclear, por si só, já estar envolta em polémica junto da opinião pública britânica, o contrato de compra de energia está a deixar os partidos da oposição com os cabelos em pé pois é quase três vezes superior ao custo de mercado (da produção nuclear).
É que, a prazo, o custo de produção da futura central vai acabar por se refletir na fatura dos consumidores britânicos e já há quem fale em aumentos de 20 ou 30%.
No plano internacional este regresso da Inglaterra ao nuclear também está a ser visto com alguma apreensão, pois acontece na mesma altura em que alguns países pararam ou abandonaram projetos de centrais. É que na memória coletiva ainda está bem presente tudo o que aconteceu no Japão, na sequência do desastre com a central de Fukushina.

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