13.10.12

Milhares de manifestantes pedem demissão do Governo

Manifestação cultural decorre na Praça de Espanha
Milhares de manifestantes da CGTP-IN estão concentrados na Praça da Figueira, em Lisboa, a exigir a demissão do Governo e o direito ao emprego, numa manifestação que terminará em frente ao Parlamento.
Os manifestantes desta marcha contra o desemprego, promovida pela CGTP-IN, chegaram à Praça da Figueira com mais de uma hora de atraso em dois grupos distintos: um vindo do Cais do Sodré, através da Rua da Prata, com cidadãos vindos da zona Sul; e um segundo vindo de Norte, da Alameda Afonso Henriques, através da Avenida Almirante Reis e do Martim Moniz.
A coluna Norte foi a primeira a aproximar-se da Praça da Figueira, com milhares de manifestantes a cantarem "está na hora, está na hora de o Governo ir embora". Em simultâneo, na coluna do Sul, na Rua da Prata, os manifestantes gritavam "o povo unido jamais será vencido", ou "quem trabalha não desarma", ou, ainda, "trabalho sim desemprego não".
Na Praça da Figueira, local da concentração, que depois de dirigirá pela Calçada do Combro até à Assembleia da República - onde o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, discursará -, estiveram desde as 15h30 centenas de cidadãos a aguardar as duas colunas do protesto.

"D. Policarpo fala de barriga cheia"

Alguns cidadãos trouxeram cartazes com acusações ao "Governo ladrão [que] rouba o povo e a não", mas também ao próprio cardeal patriarca, que advertiu para eventuais consequências negativas dos protestos de rua.
"D. Policarpo fala de barriga cheia", referia-se num cartaz transportado por um cidadão idoso.
Um grupo de "amigos do cânhamo" aproveitou o protesto da CGTP-IN para promover o seu encontro nacional, no próximo dia 27, no qual se pretende defender as "qualidades medicinais do cannabis".
A marcha da CGTP-IN contra o desemprego começou no passado dia 5 com uma parte dos participantes a partirem de Braga, passando depois por concelhos como Matosinhos, Porto, Gaia, Feira, Aveiro, Coimbra, Figueira da Foz, Leiria, Marinha Grande, Tomar, Entroncamento e Vila Franca de Xira.
Em simultâneo, outros manifestantes partiram de Vila Real de Santo António, percorrendo o Algarve (desde Tavira a Lagos), Castro Verde, Aljustrel, Moura, Serpa, Beja, Vidigueira, Montemor-o-Novo, Alcácer do Sal, Grândola, Setúbal, Moita, Barreiro, Seixal e Almada.
Para as próximas semanas, a CGTP-IN convocou já uma greve geral para 14 de novembro e agendou uma ação de rua para dia 31 de outubro, coincidindo com a votação na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2013.

Manifestação cultural com concerto na Praça de Espanha

Manifestantes protestam contra o GovernoNuno Botelho (fotografia tirada por telemóvel)
Várias centenas de pessoas estavam já concentradas na Praça de Espanha, em Lisboa, meia hora antes do início da manifestação cultural, que se associa ao apelo "Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas!".
No local, onde a 15 de setembro decorreu a que terá sido uma das maiores manifestações dos últimos anos, está montada uma estrutura que inclui um palco, um sistema de som e barracas de comes e bebes.
Entre as pessoas que aguardavam o início da manifestação estava Luís Santos, técnico de som do Centro Cultural de Belém, que disse à agência Lusa que no meio da Cultura "só se sente é crise, menos dinheiro, menos 'cachets' e menos espetáculos".
"Vim solidarizar-me como todos os músicos e técnicos porque a nível artístico está toda a gente apertada. A política deste Governo só se pode agravar... Mexe na Educação, mexe na Cultura, fica tudo pior e não sei o que se pretende para as próximas gerações", lamentou. Luis Santos destacou que a manifestação de hoje, que se pretende que dure até à meia-noite, tem "uma proporção diferente" da manifestação de há um mês. Porém, o técnico manifestou-se confiante que ainda chegará mais gente ao local "para mostrar a Passos Coelho que ele não tem de se preocupar só com a geração rasca ou com os indignados".
"Estamos todos no mesmo barco", admitiu Luís Santos, salientando ainda que a organização técnica e artística do espetáculo de hoje é feita de forma solidária, sem que ninguém receba dinheiro pelo seu trabalho.
O palco está montado junto ao início da avenida de Berna e as pessoas estão concentradas quer ali, quer no espaço relvado onde está colocado o monumento ao 25/abril. O trânsito está cortado parcialmente, havendo circulação para o lado poente, em direção a Alcântara/Ponte 25 de Abril.
Junto à residência do embaixador de Espanha foram canceladas grades. Por acreditar que o "humor é uma arma terrível", José Duarte trouxe um cartaz onde avisa: "Passos, o teu Governo vai caber num carro funerário e Portas, o teu partido vai caber num riquexó".
No cartaz José Duarte usou a sua experiência de cartoonista, que antes do 25 de Abril levou a "PIDE lá a casa" e disse à agência Lusa que por estes dias voltou às manifestações depois de muitos anos "só a observar".
"Desta vez é demasiado. Primeiro tiraram-me o subsídio de férias e depois tenho sofrido um conjunto de atitudes "que são demais", indicou, referindo que o protesto de hoje será especialmente interessante por juntar à indignação a música, que vai testemunhar com a mulher Marília.
À medida que se aproxima a hora do início da concentração vai chegando mais gente e são visíveis aixas com as recorrentes mensagens contra a troika e contra o Governo. Com inicio marcado para as 17h, a manifestação em Lisboa, que contará, por exemplo, com Dead Combo, Camané, Diabo na Cruz, Deolinda, Vitorino e Coro Acordai, mas o protesto decorrerá em mais de 20 cidades, como Porto, Coimbra, Faro, Braga, Santarém, Évora e Caldas da Rainha.
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